Awen /I\

Esta pequena palavra galesa é usada no druidismo em sua língua original por ser de difícil tradução. Outro motivo de mantê-la sem traduzir é devido à sua sonoridade, normalmente entoada nos rituais na forma de um poderoso mantra. Seu significado é “inspiração que flui”. Nas palavras de Phillip Shalcrass (líder da BDO) awen é "aquela estranha sensação de formigamento que nos domina ao contemplarmos uma bela peça de arte, ao ouvirmos uma linda canção pela primeira vez, ao vermos o rosto da pessoa que amamos”, enfim, é a sensação de vida que nos arrebata ao permitirmos que nossas sensações se manifestem através de nosso corpo. Esse fluxo de inspiração que jorra (outra definição para awen) não deve ficar represado, deve se transformar em ação. Um dos desafios para o druida moderno é justamente esse: transformar inspiração em ação. Esse jorro pode brotar também de um momento de ódio e indignação. Podemos produzir um lindo quadro ou uma bela poesia depois de sermos arrebatados pela visão de um estonteante pôr-do-sol, da mesma forma que, ao vislumbrar um rio poluído, podemos nos encher de coragem para protestar e tomar alguma atitude que altere essa condição do rio.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Enganos que fazem toda a diferença...


Sabe, dentro do caminho da Bruxaria há muitos conceitos errados ou misturados. Pensando nisso, quero deixar alguns aqui registrados para poder ajudar (como me ajudaram), a entender que por mais que as coisas pareçam à mesma coisa, não são e fazem toda diferença.



Conceitos de: 

Magia: é o ato da prática individual, formada por rito próprio, com base em intenção, energia e objetivo. Conhecido o ato mágico como feitiçaria. 

Religião: é formada por fundamentos padrão onde se objetiva num rito coletivo, possuem bases, regras e leis próprias e conduzem por um caminho específico. Também conta com um corpo religioso e local de rito comum e aberto. Conhecido como instituição, abrange quaisquer doutrinas, filosofias ou seitas.

Ou seja, Bruxaria não é uma religião, é no máximo "um modo de vida"... um caminho a trilhar, um caminho natural.

Outros conceitos que merecem melhor elucidação:

Bruxaria tradicional: Toda bruxaria é tradicional, também é conhecida como Witchcraft, são cultos pré-cristãos europeus e suas bases são o politeísmo, a ancestralidade e o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo) com ritualísticas próprias. Generalizando, a bruxaria seria o xamanismo europeu. 

Druidismo: Originalmente associado à religião dos celtas. É um caminho espiritual de natureza pagã. Pagão, em termos espirituais é aquele que acredita na sacralidade da natureza e de todas as formas de vida. Os Druidas eram os sacerdotes que cuidavam dos ensinamentos dos celtas...


Xamanismo: rótulo generalista para antigas culturas religiosas, a palavra xamã etimologicamente vem da Sibéria. É provavelmente a mais antiga prática espiritual, médica e filosófica da humanidade, um conjunto de crenças ancestrais que resgata a relação sagrada do homem com o Planeta. Muitos autores reconhecem no xamanismo, a raiz pré-histórica de todas as religiões, este ligado as bases da magia natural; são observados rituais e crenças semelhantes ou idênticas as dos xamãs siberianos tais como tratamento de doentes, profecias, ritos à natureza e a prática do êxtase. Xamã é o curador, sacerdote da tribo que "viaja" entre os mundos para obter informações e ajudar as pessoas. O termo xamanismo hoje é empregado para a maioria das práticas religiosas voltadas a antigas crenças / crenças tribais, muito embora sua origem seja restrita a nomenclatura siberiana.

Aproveitando o gancho ali, falarei um pouco da definição de Politeísmo, panteísmo, monoteísmo e ateísmo...

No panteísmo: prevalece a idéia de um Deus que vive em tudo complementando e coexistindo pacificamente com o conceito de múltiplos deuses associados com os diversos elementos da natureza... Tudo que existe é manifestação divina. 
O Politeísmo: faz menção a vários deuses. Vários deuses formados por energias específicas. 
Monoteísmo: já seria a devoção a apenas um Deus. 
E ateísmo: seria a ausência de divindade (crença);  

Outra confusão/associação comum é entre ancestrais e antepassados:

Ancestrais:  que nos deram a vida, de um ventre ao outro, de mão em mão, de sopro em sopro sagrado, no entremear-se das almas através dos milênios sobre esta Terra. Os ancestrais são nossos predecessores e nossas próprias vidas passadas, e estão presentes dentro de nós em nossos genes, em nossas células. Portanto, a célula do nosso corpo contém ecos de nossa família, e influenciam na forma de percebermos a realidade.
A conexão com nosso passado, com aqueles que vieram antes de nós, nos ajuda a encontrar força e sabedoria para caminhar no futuro. Nós somos o resultado de milhares de pessoas, que viveram, aprenderam, criaram, ensinaram. Eles tornaram possível nossa realidade, errando ou acertando. Eles honravam os que já passavam por nossa Terra. Os que eles fizeram no passado impactam as gerações presentes. 

 antepassados...

 "O reino animal experimenta as mais estranhas transições no período terciário, sob as influências do meio e em face dos imperativos da lei de seleção.
 Mas, o nosso raciocínio ansioso procura os legítimos antepassados das criaturas humanas, nessa imensa vastidão do proscênio da evolução anímica.
Examinada, porém, a questão nos seus prismas reais, vamos encontrar os primeiros antepassados do homem sofrendo os processos de aperfeiçoamento da Natureza. No período terciário a que nos reportamos, sob a orientação das esferas espirituais notavam-se algumas raças de antropóides, no Plioceno inferior.  Esses antropóidesantepassados do homem terrestre, e os ascendentes dos símios que ainda existem no mundo, tiveram a sua evolução em pontos convergentes, e daí os parentescos sorológicos entre o organismo do homem moderno e o do chimpanzé da atualidade.
        Reportando-nos, todavia, aos eminentes naturalistas dos últimos tempos, que examinaram meticulosamente os transcendentes assuntos do evolucionismo, somos compelidos a esclarecer que não houve propriamente uma "descida da árvore", no início da evolução humana."
E para finalizar, uma questão muito importante pra quem está nesse caminho, saber diferenciar entre animais guardiões, animais de poder e animais que chamamos de auxiliares...
Definição: Animal de Poder
É a ligação do elo homem a egregora do animal espiritual, esta egregora é formada pela essência de uma determinada espécie, tal como o Clã da Serpente, do Dragão, do Urso, etc.
O animal de poder é um facilitador, onde ao realizar a mesclagem energética lhe trará atributos espirituais, tal como um guia em outros mundos.
O Contato com o animal de poder traz expansão de consciência, altera os níveis energéticos, reabilita dons de profecia, cura, proteção, projeção astral entre outros.
O contato com o Animal de Poder só é conquistado através de um transe profundo, a aproximação do animal de poder só é feito a partir de uma iniciação, de um trauma, familiar ou merecimento.

Definição: Animal Guardião
Corresponde com as características mais profundas simbolizadas pela qualidade animal, os animais guardiões são protetores, se mantém na espiritualidade, porém a sua ação é no plano físico, alguns bruxos conseguem alterar suas feições, ou alteração completa para o seu animal guardião,
também é possível a projeção astral na forma do animal guardião, porém o acesso é limitado à vibração o que não ocorre com o animal de poder onde a profundidade espiritual é bem mais acentuada.
Exemplo: a força do Urso, a cura da serpente, a visão da águia, a velocidade do jaguar, assim por diante.
Os animais guardiões em via de regra são os primeiros a aparecer em trabalhos de cunho xamanico/ espiritualistas.
Os auxiliares são animais que nos ajudam em determinado momento. Ex: Vc pode sentir a presença de um felino a sua volta e nem por isso ele ser seu animal. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os 4 Festivais Celtas

Datas para o Hemisfério Sul

  - Beltane (Verão) - 01/11
  - Lughnasadh (Outono) - 01/02
  - Samhain - (Inverno) - 01/05
  - Oilmec/ Imboc (Primavera) - 01/08

Algumas pessoas/ entidades incluem os Solstícios e Equinócios, porém não a menção a este fato na cultura celta, embora existe a possibilidade dos druidas conhecerem estas datas.

Sobre o ano Celta
A cultura Celta é baseada no ciclo da vida, onde as estações do ano regem o papel principal. Suas datas, tal como são celebradas hoje, são devido a vestígios arqueológicos, tal como o calendário de Coligny, onde estão as quatro ritualísticas básicas deste povo e, através destas, são feitos rituais com deuses específicos, comemorando determinada fase da vida, seja o plantio, a colheita, o culto à vida, à compreensão da morte.
 
Mais informação:
Equinócio é uma palavra que deriva do latim (aequinoctium), e significa "noite igual", e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual à da noite sobre toda a Terra.
 Astronomicamente isto se dá quando a Terra atinge uma posição em sua órbita onde o Sol parece estar situado exatamente na intersecção  do círculo do Equador Celeste com o círculo da Eclíptica; ou seja, instante em que o Sol no seu movimento anual aparente pela Eclíptica, corta o Equador Celeste, apresentando declinação de 0º.                                                                                                        

O Equinócio Vernal (21/03), assinala a entrada da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul. É especialmente considerado pelos Astrólogos, pois este "Ponto Vernal", marca o início do Signo de Áries, a entrada do Sol no Signo de Áries, que marca o início do Zodíaco. É quando o Sol, no seu movimento aparente, passa do hemisfério sul para o hemisfério norte.
           
O Equinócio Outonal (23/09), marca a entrada do outono no hemisfério norte e da primavera no hemisfério sul, chamado também de "Ponto de Libra"; instante em que o Sol passa do hemisfério norte para o hemisfério sul.
            
A palavra Solstício, deriva do latim, sol + sistere (solstitium), que significa parado, imobilizado e está associada à idéia de que o Sol estaria como que estacionário.
Marca a época do ano em o Sol, no seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o máximo afastamento angular do Equador.
É considerado Solstício de Verão (22/06) no hemisfério norte e de inverno no hemisfério sul, quando o Sol ingressa a 0º do Signo de Câncer, quando o Sol alcança sua máxima declinação norte, 23º27'. Neste momento, o Sol "imobiliza" seu  movimento gradual para o sentido sul e passa a dirigir-se na direção do pólo norte.
           
No dia do Solstício de Inverno (21/12) no hemisfério norte e de verão no hemisfério sul, quando marca a entrada do Sol no Signo de Capricórnio, quando o Sol alcança sua máxima declinação sul, 23º27'. O Sol "imobiliza" seu movimento para o sentido norte e começa a dirigir-se na direção do hemisfério sul.
           
Vale lembrar que como as estações do ano são opostas nos dois hemisférios, as denominações s e invertem. E também, que poderá haver variação de um ou dois dias nas datas descritas.
No quadro abaixo, estão representadas as posições do nosso planeta em relação ao Sol, nos momentos de Solstícios e Equinócios, que definem as quatro estações do ano.

Quem são os celtas??

Os Celtas eram um povo (ou grupo de povos) da família linguística indo-européia que se espalhou pela maior parte da Europa a partir do II milênio a.C., tendo maioria populacional no norte da Europa ocidental até o advento do Império Romano. As tribos célticas ocuparam a maior parte do continente europeu, desde a Península Ibérica até a Anatólia. A maior parte dos celtas foi conquistada,
subjugada, e mais tarde integrada pelos Romanos.
Existiam diversos grupos celtas compostos de várias tribos, entre eles os Bretões, os Gauleses, os Escotos, os Eburões, os Batavos, os Belgas, os Gálatas, os Trinovantes, entre outros. Muitos destes grupos deram origem aos nomes das províncias romanas na Europa que mais tarde batizaram alguns dos estados-nações medievais e modernos da Europa.
Do ponto de vista da independência política, grupos celtas perpetuaram-se até pelo menos o século XVII na Irlanda, o país em que melhor se preservaram as tradições de origem celta. Outras regiões européias que também se identificam com a cultura celta são o País de Gales (uma entidade subnacional do Reino Unido). A Cornualha (Reino Unido), a Bretanha (França), o norte de Portugal e a Galiza (Espanha), também são regiões onde resquícios das línguas e costumes celtas são encontrados até hoje.
Os celtiberos são o povo que resultou, segundo alguns autores, da fusão das culturas do povo Céltico e a do povo Ibero, nativo da Península Ibérica. Habitavam a Península Ibérica, nas regiões montanhosas onde nascem os rios Douro, Tejo e Guadiana, desde o século VI a.C.. Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os historiadores. Para outros autores, tratar-se-ia de um povo Celta que adaptou costumes e tradições iberas. Estavam organizados em gens, uma espécie de clã familiar que ligava as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir tenazmente aos invasores Romanos até cerca de 133 a.C., com a Queda de Numância.
Deste povo desenvolveram-se, na parte ocidental da Península, os Lusitanos, considerados pelos historiadores como os antecessores dos portugueses, que viriam ser subjugados ao Império Romano no século II a.C..

O que é Magia Natural?

Definição da palavra:

Magia = prática da feitiçaria, onde é empregado energias próprias, de terceiros ou/e do meio.
Natural = Advinda da naturalidade (espontâneo), da natureza
(meio).

 
Conceito

Artefatos

Todo e qualquer objeto físico ou energia tendo como fonte a Natureza e a psiquê humana, sâo portanto objetos desta prática, os produtos minerais, vegetais, animais (incluindo o homem).
Dentro da psiquê humana (vontade, intento, poder pessoal e objetivo), ciclo de vida e morte.
Magia Natural é a magia primordial, a primeira a ser concebida pela humanidade, é onde encontramos a feitiçaria de muitas religiões antigas, onde se trabalham as energias da natureza e todas as suas essências

O que é Xamanismo?

 Etimologia
 
A palavra xamanismo segundo teses pode ter sido um desdobramento da palavra "saman" aparentada com o termo sânscrito "sramana" , que significa "homem inspirado pelos espíritos" ou de duas raízes: Sa (saber ou ver) e Man (pessoa, homem).
Origem é da tribo Tungus na Sibéria, foi adotada pelos antropólogos para denominar pessoas que desempenham funções específicas dentro das práticas religiosas, de saúde e de aconselhador.

História - variedade de culturas primordiais.

Colonizada pelos russos no século XVI, a Sibéria é o berço do xamanismo clássico. Mais de 50 tribos , divididas em 3 etnias
principais, praticavam os rituais como religião.


Filosofia

Provavelmente, é a mais antiga prática espiritual, médica e filosófica da humanidade. É um conjunto de crenças ancestrais que, resgata a relação sagrada do homem com o Planeta. Muitos autores reconhecem no xamanismo, a raiz pré-histórica de todas as religiões – é o que afirma o antropólogo americano Weston La Barre. E, o que não se pode refutar é que, em toda parte do Planeta são observados rituais e crenças idênticas ou semelhantes às dos xamãs siberianos. Eles tratam os doentes, profetizam, realizam ritos a natureza, e adentram na prática do êxtase.
O antropólogo americano Michael Harner define como "uma grande aventura mental e emocional." O xamã estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter conhecimento, equilíbrio, saúde, paz e tranqüilidade. Segundo a visão antropológica, xamã é o curador, o sacerdote da tribo que "viaja" por diversos mundos para obter informações para poder ajudar as pessoas.
Notas

O termo xamanismo hoje é empregado para a maioria das práticas religiosas voltadas a antigas crenças/ crenças tribais, muito embora sua origem seja restrita a nomenclatura siberiana.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O que é Bruxaria?

Etmilogia
 
Bruxaria - É um derivado de bruxa, cuja origem até hoje não foi determinada com precisão. Embora alguns autores tentem provar que o vocábulo proveio do latim, o mais provável é que ele já existisse em algum dos dialetos falados na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como foi o caso de bezerro, cama, morro e sarna. Esta hipótese é reforçada pelo fato de só aparecer nas línguas ibéricas (português bruxa, espanhol bruja, catalão bruixa); se viesse do latim, deveria também estar presente no francês (que usa sorcière) e no italiano (que usa strega), que também pertencem à família das línguas românicas.
Bruxa. [De uma base pré-romana *brouxa]. S. f.
 - 1. Mulher que faz bruxarias; feiticeira, maga, mágica; As bruxas eram perseguidas e castigadas pela Inquisição.
 - 2. Mulher feia e/ou rabugenta.
 - 3. Bras. Mariposa (1). Tipo de borboleta preta.
       Mariposa Bruja "Ascalopha odorata " – São conhecidas popularmente como bruxas negras e foram descritas cientificamente pela primeira vez em por Kart Von Linne.
Em algumas culturas os lepidópteros simbolizam bruxas e fadas, em outras são consideradas a alma das bruxas. A simbologia se estabelece ao relacionar a habilidade destes animais e das bruxas em se mesclar ao ambiente tal como o camaleão. Alguns contos folclóricos dizem que a alma de um bruxo toma a forma de uma mariposa negra e trata de encontrar seu corpo. Se os humanos o encontram primeiro devem fechar a boca, caso ela entre poderá causar a sua morte. Possivelmente, este conceito de alma explica por que em muitas pinturas medievais dos anjos tenham asas de mariposa, em vez de aves.
 
História
 
Bruxaria: uma história de perseguições por Jade Miladys, adaptação Ricardo DRaco
No intuito de tornar a religião cristã uma religião universal e ampliar o poder da Igreja por interesses econômicos, começaram as perseguições aos adeptos de outras religiões, culminando com tortura e morte de muitos inocentes.
A carta "Maleus Malleficarum" (O Martelo das Bruxas) estipulando condutas típicas que caracterizariam uma pessoa como "bruxo".
Início do Século IX: Difundiu-se uma crença popular que feiticeiros e bruxos malignos existiam. A Igreja Católica da época oficialmente afirmava que tais bruxos não existiam. Era uma heresia dizer que eles eram reais. "Por exemplo, no século 5o., o Conselho eclesiástico de St. Patrick estabeleceu que 'Um Cristão que acreditasse em vampiros, era o mesmo que declarar-se bruxo, confesso ao demônio; a lei dizia que pessoas com crenças não poderiam ser aceitas pela Igreja a menos que revogue com suas palavras o crime que cometeu.' Um capitólio da Saxônia (775-790) proclamou estes estereótipos da crença pagã: 'Se alguém, devoto do Demônio, seguindo as crenças Pagãs, qualquer homem ou mulher considerado um bruxo, que por sua vez come carne humana, deverá ser queimado na fogueira [bruxo confesso]... devendo assim receber a pena capital."
Ano 906: Regino de Prum, O abade das Trevas, escreve o "Canon Episcopi". Ele reforçava a crença da Igreja de que os bruxos não existiam. Ele afirmava que algumas mulheres desonestas e confusas podiam voar pelo ar com a Deusa pagã Diana embora isto não acontecesse na realidade; o vôo, na verdade, seria uma forma de alucinação.
975: Penalidades para bruxaria e uso de curas mágicas tornam-se severas. O contricionário Inglês de Egbert preconizava (em parte...): "se uma mulher realiza bruxaria , encantamentos e [usa] filtros mágicos, ela deverá se abster de comida por vinte meses.... se matar alguém com seus filtros, ela se absterá por sete anos." A Abstenção consistia apenas de pão e água.
1140: Gratian, um monge italiano, incorporou a Canon Episcopi na lei canônica.
1203: O movimento Cathar, um grupo de Cristãos Gnósticos, tornou-se popular na região de Orleans, França e na Itália. Eles foram declarados Hereges pela Igreja. O papa Inocencio III aprovou uma guerra genocida contra os Cathars. O último Catar que se tem noticia foi queimado na estaca em 1321.
1227: O Papa Gregorio IX propôs a Corte de Inquisição para prender, confessar e executar hereges.
1252: O Papa Inocencio III autorizou o uso da tortura durante o processo de inquisição.
1258: O Papa Alexandre IV restringiu a Inquisição a manter suas investigações à casos de heresia. Não investigaram crença em feitiçaria a menos que hereges estivessem envolvidos.
1265: O Papa Clemente IV reafirma o uso da tortura.
1326: A Igreja autoriza a inquisição para investigar casos de bruxaria. Sua maior contribuição foi o desenvolvimento da "demonologia," a teoria da origem diabólica da bruxaria e estudo dos demônios.
1330: Aumentou a crença popular que bruxos e feiticeiros malignos são aliados de Satã, tinham relações sexuais com o demônio, raptavam e comiam crianças, etc.
1347 a 1349: A epidemia de peste negra dizimou uma porção considerável da população Européia.
1430: Teólogos Cristãos começaram a escrever livros que "provavam" a existência dos bruxos.
1450: A primeira Grande caçada aos bruxos iniciou na Europa. Historiadores afirmavam que estes genocídios religiosamente incitados foram motivados pelo desejo da Igreja em obter maior número de adeptos e terras.
1474: O Papa Inocencio VIII publicou um bula papal condenando bruxos.
1480: Thomas de Brabant escreve o livro "Formicarius", que descreve a prossecução de um homem por bruxaria. Cópias deste livro foram anexadas ao Malleus Maleficarum anos mais tarde.
1486-1487: Inquisidores (Heinrich Kraemer) e Jacob Sprenger publicam o Malleus Maleficarum (O martelo das bruxas).
1500: Durante o 14th século, constataram-se 38 acusações contra bruxos e feiticeiros na Inglaterra, 95 na França e 80 na Alemanha.
1550 a 1650: Perseguições alcançaram seu pico neste século. Estes foram chamados de "TEMPOS ARDENTES.
1563: Johann Weyer (b. 1515) publica um livro que agride as crenças pagãs. Chamado de "De Praestigiis Daemonum" (Queda das Almas), preconizava a não existência dos bruxos, mas que Satan forçava que eles o seguissem. Ele rejeitava as confissões obtidas sobre tortura e violência e recomendava tratamento médico ao invés de tortura e execução.
1580: Jean Bodin escreve "De la Demonomanie des Sorciers". Ele afirmava que era necessário punir os bruxos. Nenhum bruxo acusado deveria ser liberto em caso de suspeita de culpa.
1584: Reginald Scot publicou um livro que estava à frente de seu tempo. In Discoverie of Witchcraft, ele afirmava que os poderes sobrenaturais não existiam. E mais: que as bruxas não existiam.
1608: Francesco Maria Guazzo publica o "Compendium Maleficarum." Este discute pactos entre bruxos e Satã, a magia que os pagão utilizam para prejudicar pessoas, etc.
1609: Pânico contra bruxos na região Basca, Espanha. La Suprema, o corpo governamental da Inquisição espanhola, reconheceu o acontecido e publicou o Edital de Silência que proibia a discussão sobre bruxaria. O pânico da população desapareceu.
1610: Cessa a perseguição aos bruxos na Holanda, provavelmente devido ao livro de Weyer, 1563.
1616: Uma segunda perseguição às bruxas foi em Vizcaya. Novamente um Edital de Silêncio foi publicado pelo Tribunal de Inquisição. Entretanto o rei aboliu o edital e 300 bruxos confessos foram queimados vivos.
1631: Friedrich Spee von Langenfield, um sacerdote jesuíta, escreve "Cautio Criminalis". Ele condena as caçadas à bruxos e perseguições em Wurzburg, Alemanha. Ele diz que o prisioneiro é confesso somente devido à torturas e não define a realidade.
1684: Foi executado na Inglaterra o último acusado de bruxaria.
1690's: Cerca de 25 pessoas morreram durante à louca caçada aos bruxos em Salem; um deles foi pisoteado devido a ele não entrar em processo de confissão; alguns morreram nas prisões, o restante foi enforcado. Não houve novas perseguições na Nova Inglaterra.
1745: França cessa a execução de Bruxos.
1775: Alemanha cessa a execução de Bruxos.
1782: Suiça cessa a execução de Bruxos.
1792: A Polônia cessa a execução de Bruxos; o último país da Europa que a realizava.
1830: A Igreja finda a perseguição aos bruxos na América do Sul.
 
Filosofia
 
Bruxaria é uma das diversas crenças advindo do conceito paganismo, sua essência são os cultos pré-cristãos nascidos no Continente Europeu, onde suas bases é o politeísmo, a ancestralidade, o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo).
Bruxaria é uma religião no tocante ao significado "reli gare" (religação/ reunir) e não como uma instituição com um corpo hierárquico.
Encontramos dentro desta senda o culto de magia natural, a herbalogia, o artesanato e o contato espiritual homem/ natureza.

O que é Paganismo?

                      
Origem da Palavra

Segundo o Dicionário Latim-Português editado pelo professor Otávio de Queiroz em 1956, a palavra Paganus significa apenas aldeão, gentio. Pagus é o nome para aldeia, povoação. Outra palavra do mesmo dicionário é Paganicum, propriedade rural, quinta.
Paganus é uma palavra latina, do tronco lingüístico romano, proveniente da Roma Antiga, e que permanece nos dias de hoje mantendo de certa forma sua mesma acepção primitiva.

O conjunto das crenças e praticas religiosas dos pagus eram então chamadas de paganitas ou paganatis, o nosso conhecido paganismo.

Religiosidade


Paganismo seria todo culto fortemente influenciado pelos ciclos da natureza, que reconhece o poder do homem em influenciar os acontecimentos (magias, feitiços e ritos para se obter determinados objetivos) e que cultuava um variado número de divindades (polisteísmo) como representação das forças e dos elementos existentes em suas vidas, além do culto aos mortos tido como ancestrais ou fraternais.

História

Segundo Peter Brown, autor do clássico L'essor du Christianisme Ocidental, o termo teria origem na oposição entre a religiosidade da metrópole romana (Urbes - Urbano), na época já dominada pelo cristianismo, e as vilas e aldeias campesinas (Paganus - Campo), que ainda mantinham seus cultos de fertilidade, ligados aos ciclos de colheita e às antigas divindades da Terra. Partindo dessa premissa, enquanto o cristianismo dominava a capital do império romano, ou seja, Roma, as primitivas crenças politeístas e bucólicas do povo do campo ainda eram mantidas.
Portanto os que não eram cristãos (pagãos) não eram doutrinados e portanto não batizados e assim chegamos ao termo de pagão = a não batizado.

Notas

Paganismo é um termo que veio do latim e serve de rótulo para as crenças da natureza que cultuam deuses e ancestrais, é a base de muitas religiões tal como o druidismo, bruxaria, candomblé, hinduísmo, etc...